
Os anos 70 ficaram marcados pelas mudanças na forma de ver, pensar e se expressar. Fugindo do cenário que marcou a década anterior as manifestações que quebravam paradigmas efervescem. A liberdade sexual, homossexualidade, a questão das drogas, dos contraceptivos e do aborto passaram a ser abordadas e debatidas como nunca antes. Festivais de Rock ao ar livre celebravam a vida alternativa.
No Brasil, no auge da Ditadura militar, jovens faziam resistência ao regime por meio de combate armado e formavam grupos organizados que viviam na clandestinidade. Militante do Partido Comunista Brasileiro o Jornalista Esportivo e então técnico da Seleção Brasileira, João Saldanha, escalou o time que conquistou no início da década o Tri Campeonato Mundial de Futebol. No entanto, por ser desafeto e crítico ferrenho do general Emílio Garrastazu Médici, acabou sendo substituído por Zagallo, que ao lado de jogadores como Carlos Alberto, Tostão, Jairzinho e claro de Pelé, levantou a taça. Vale destacar que com este título o Rei se tornou o único jogador tricampeão do mundo.
No cenário político internacional, a guerra do Vietnã, iniciada após a divisão do país por motivos políticos e ideológicos em dois territórios chegou ao fim, após 20 anos e cerca de 1,5 milhões de vietnamitas mortos.
Os famosos brinquedos Bat Begs, pinos mágicos (uma espécie de Lego), o vai e vem e o aquaplay, faziam a cabeça da garotada. Na culinária, doces de abóboras em formatos de corações eram encontrados fresquinhos nas mercearias, ao lado das deliciosas balas sugus e da caixa polêmica de cigarrinhos de chocolate da Pan.
A moda representada por calças boca de sino, jeans, cores, estampas psicodélicas, vestidos românticos, flores, franjas, sandálias de plataforma, crochê, brilhos e toda sorte de peças justas, democráticas e extravagantes resultava em um estilo eclético com referências de vários movimentos culturais como punk, black power e hippie.
O movimento Hippie pós Woodstock por sua vez conquistou as terras tupiniquins. Mutantes e Raul Seixas tornaram-se inspirações.
A década aliás foi importantíssima para a música. Os Disco Music lotou baladas com suas coreografias sincronizadas ao som de artistas como Dona Summer e trouxe suas luzes coloridas, o que foi enfatizado após a atuação de John Travolta no filme – Os embalos de sábado à noite.
A cena underground nascia e crescia representada por bandas como The Clash e Sex Pistols. Enquanto isso, James Brown incendiou a o funk afro-americano.
O Hip-Hop surgia como forma de resistência das comunidades pobres e predominante latinas e afro-americanas. Já o Pop ascendeu e ganhou representantes de peso como Elton John, ABBA e os The Jackson Five. Em 79, Michael Jackson, já em carreira solo, lançou um dos discos mais consagrados da história e se consagrou Rei do gênero.
No Brasil a música também adquire um tom de denúncia e torna-se parte importante da luta contra a ditadura militar. Festivais musicais passam a ser fiscalizados pelo DOPS. Jorge Ben Jor, Chico Buarque e Oswaldo Montenegro são alguns representantes desta época.
Nesse período ocorreu ainda a primeira transmissão televisiva em cores via satélite para todo o mundo. A TV rapidamente conquista os brasileiros, e na TV Tupi o polêmico Flávio Cavalcanti é líder de audiência. A popularidade da TV, contudo, não ofusca a dos rádios relógios muito comuns nesta época.
Nos cinemas, o personagem Rocky Balboa de Sylvester Stallone, fatura mais de R$200 milhões de dólares em sua estreia, ganhando diversos prémios no ano seguinte, enquanto música tema do filme se consagra como trilha das estrelas do boxe. Laranja mecânica, o poderoso chefão e o exorcista também são filmes inesquecíveis do mesmo espaço de tempo.
Como resultado da onda da liberdade sexual, se popularizou entre os jovens o pornochanchada, tendo como alguns dos representantes Xuxa, Marília Pêra, Vera Fischer e Sônia Braga que ganhou fama após estrelar em Dona flor e seus maridos.
Não houveram no período grandes investimentos em saúde pública, e doenças antes erradicadas voltaram a surgir em surtos epidêmicos como o de meningite.
A Psicologia Social passa por transformações significativas, frutos da constituição de um conjunto de propostas para o setor no Brasil e na América Latina que visavam reformular as práticas da profissão para que passasse a atuar não só analisando as questões das populações, mas participando ativamente das mudanças sociais e promovendo transformações na realidade da população.